Considerado Patrimônio Natural da Humanidade, o Arquipélago de Fernando de Noronha, pertencente ao Estado de Pernambuco, tornou-se um dos principais destinos turísticos do Brasil.
É um arquipélago vulcânico, localizado a cerca de 350 km da costa nordestina, que assumiu o nome de sua maior ilha. As praias bem preservadas, quase sem intervenção urbana, e a riqueza de sua fauna, com destaque para as tartarugas marinhas, raias, golfinhos e tubarões, são os grandes atrativos desse lugar tão procurado para atividades de mergulho e snorkeling.
Uma breve história de Fernando de Noronha
Segundo registros oficiais, o arquipélago de Fernando de Noronha tem sua descoberta atribuída aos explorador português Fernão de Noronha, por volta do ano de 1500.
Entre os séculos XVI e XVIII, como capitania hereditária do Brasil, o arquipélago sofreu invasões de ingleses, franceses e holandeses. Chegou a chamar-se Isle Dauphine, na época da invasão empreendida pela Companhia Francesa das Índias Orientais.
Tornou-se dependência de Pernambuco no ano de 1700, mas foi convertido em Território Federal durante a Segunda Grande Guerra, passando a servir de base militar.
No ano de 1988 volta definitivamente à administração pernambucana, sendo convertido em um distrito estadual de Pernambuco. Ainda nesse mesmo ano, o arquipélago de Fernando de Noronha é declarado Parque Nacional, destinado à preservação das espécies endêmicas e da área de concentração dos golfinhos rotadores.
No ano de 2001, a UNESCO declarou o Arquipélago como Patrimônio Natural da Humanidade.
Como ir
Até algum tempo atrás, os cruzeiros estavam autorizados a atracar em Fernando de Noronha, mas devido aos danos ecológicos que eles causavam, o acesso a ilha por esse meio foi proibido.
Atualmente, a maneira mais usual de se chegar a Fernando de Noronha é por via aérea. Eu fui pela Gol, saindo do Recife. O tempo de voo é de aproximadamente uma hora.
Chegando na Ilha, é importante não esquecer de ajustar o relógio conforme o fuso horário local, que é de 1hr a mais em relação ao horário de Brasília.
Caso tenha adquirido algum passeio turístico antecipadamente, observe se a agência de turismo oferece como cortesia o traslado do aeroporto até o local de hospedagem. Eu ganhei o serviço de traslado, tanto na chegada quanto na saída da Ilha, por ter reservado passeios com as agências Noronha Tour e Noronha Passeios.


Quando ir
Fernando de Noronha tem duas estações bem marcadas; a primeira delas é a estação de seca, entre os meses de agosto e fevereiro, e a segunda, é a estação chuvosa, que vai de março a julho.
Em qualquer época, mesmo no período chuvoso, a viagem ao arquipélago é proveitosa. Entretanto, é importante observar o período de mar calmo, que vai de abril a setembro, se o objetivo é fazer passeios com mergulho. Já na época de mar agitado, a água se mistura à areia do mar, ficando muito turva e dificultando a visibilidade dos animais marinhos.
Caso o objetivo seja surfar, o período ideal compreende os meses de outubro a março, quando os ventos fortes do oceano agitam o mar, provocando altas ondas; fenômeno conhecido pelos surfistas e barqueiros como “swell“.
Entretanto, a natureza sempre pode nos surpreender. Apesar de eu ter ido a Fernando de Noronha no mês de maio, que, teoricamente, seria um período de mar calmo, fui surpreendida com a presença do swell. O fenômeno, infelizmente, acabou frustrando os mergulhos com snorkel. Não consegui ver toda a variedade da fauna local, como eu esperava.
Onde se hospedar
A ilha de Fernando de Noronha tem diversas opções de hospedagem em hotéis, pousadas e hostels, a preços bem diversificados.
De um modo geral, os hotéis são acomodações mais caras, principalmente se o proprietário é alguma personalidade famosa. No entanto, há muitas opções de pousadas e hostels com valores de diária bem acessíveis.
Eu me hospedei no Hostel Noronha 350, através de uma reserva feita pelo Booking.com. Foi uma excelente escolha; uma ótima relação custo-benefício.
O hostel é novo, bem projetado e com decoração moderna. Os quartos tem camas no estilo cápsula, mantendo a privacidade dos hóspedes, mesmo num espaço compartilhado. Um gavetão sob a cama acomoda bem todos os pertences, cabendo até uma mala inteira. A propósito, achei essa ideia bem interessante; melhor que os usuais lockers com tamanho limitado.
Um detalhe importante na qualidade do serviço é o mimo oferecido aos hóspedes todo fim de tarde. Um delicioso buffet com bolos, chás e café fica à disposição para livre consumo. Um lanchinho de fim de tarde que vem a calhar na volta dos passeios.
Um grande diferencial do hostel é o terraço dos fundos, com linda vista para o Morro do Pico. Um lugar perfeito para os cafés da manhã e os chás de fim de tarde.
O hostel não tem muita estrutura de apoio por perto, como restaurantes ou lanchonetes. Entretanto, a poucos metros de caminhada, pode-se encontrar uma mercearia bem sortida, pontos de aluguel de bugres e o ICMBio, local onde funciona o Projeto TAMAR.
Sugiro que antes de ir, faça uma pesquisa de preço entre as opções de hospedagem registradas em sites como o booking.com, hoteis.com, trivago.com.





Quanto tempo ficar
O tempo considerado ideal para visitar Fernando de Noronha é algo muito particular. Aqueles que adoram passar dias em meio à natureza, sem muita agitação, usufruindo de todas as atividades naturais oferecidas na Ilha, como mergulhos e trilhas, certamente deverá ficar por, no mínimo, uma semana. Mas os que querem conhecer apenas o essencial, 4 dias, incluindo os de chegada e partida, são suficientes; Esse foi meu caso.
É importante ressaltar que o tempo de permanência também está condicionado ao orçamento disponível para a viagem, já que a taxa de preservação ambiental (TPA) varia em função do tempo de estadia.
Taxas exigidas
Com o objetivo de manter o trabalho de preservação do arquipélago de Fernando de Noronha, as autoridades governamentais cobram duas taxas aos visitantes:
1. Taxa de ingresso ao Parque Nacional Marinho - PARNAMAR
- Necessária para ingressar nas principais praias do Arquipélago: Praia do Leão, Praia de Atalaia, Praia do Sueste, Praia do Sancho e Baía dos Porcos. É, portanto, fundamental para fazer os principais passeios turísticos em Fernando de Noronha;
- Valor fixo, diferenciada conforme seja turista brasileiro ou estrangeiro, sendo mais cara nesse último caso;
- Validade de 10 dias;
- Pode ser paga on-line, através do site Parnanoronha. O comprovante de pagamento deverá ser apresentado no centro da ICMBio, onde funciona o Projeto Tamar, para a retirada do passe de visitante;
- Caso o visitante opte por não fazer o pagamento da taxa pela internet, poderá fazê-lo em 3 locais:
- Centro de visitantes do Projeto TAMAR (ICMBio);
- Praça de Flamboyant (Vila dos Remédios),
- PIC Golfinho-Sancho (acesso às trilhas do Mirante dos Golfinhos e Mirante do Sancho).
2. Taxa de Preservação Ambiental - TPA
- Obrigatória para entrar em Fernando de Noronha.
- Pode ser paga on-line, pelo site oficial do Governo, ou no aeroporto, logo após o desembarque. No primeiro caso, que é mais recomendável para evitar fila, o comprovante deverá ser apresentado no momento do desembarque.
- O valor varia em função dos dias de permanência na Ilha, seguindo a tabela oficial.
- Em caso de antecipação da data de saída da Ilha, o valor da diferença é reembolsado. Caso se queira prolongar o período de permanência, o valor correspondente aos dias acrescidos deverá ser pago no IBAMA antes do vencimento do período inicialmente previsto.
Como se locomover na Ilha
A ilha de Fernando de Noronha é muito tranquila e segura. Dependendo de onde esteja hospedado, é possível ir caminhando até o centro da Vila ou até alguma praia mais central.
Entretanto, para aproveitar melhor as praias, de forma autônoma, o mais indicado é alugar um bugre. Mas se for viajante solo, essa, provavelmente, não será a opção mais prática ou econômica. Nesse caso, o ideal será usar o serviço de táxi local, já que na ilha não existe Uber.
As corridas de táxi são tabeladas de acordo com os destinos mais comuns. Não é um serviço barato, mas é a única opção caso não tenha locado um carro ou não seja viável caminhar até o destino que pretenda ir.
Quanto custa viajar para Fernando de Noronha
Para quantificar o valor de uma viagem a Fernando de Noronha, alguns fatores devem ser considerados:
- Passagem aérea
- Hospedagem
- Taxas de ingresso
- Passeios
- Alimentação
- Transporte
A depender do valor gasto em cada um dos fatores citados, sua viagem vai se tornar mais cara ou mais barata. Se a intenção é viajar com qualidade e de forma econômica, como eu costumo fazer, vão aqui minhas dicas:
- Compre a passagem aérea com tarifa promocional; antecipadamente e fora dos períodos de férias ou feriados.
- Hospede-se em hostel ou pousada. São mais econômicas que um hotel.
- A taxa PARNAMAR tem valor fixo, mas a TPA varia conforme o tempo de permanência na Ilha. Portanto, programe-se para ficar apenas o tempo necessário aos seus interesses.
- Os principais passeios demandam contratação dos serviços de agências de turismo locais. Os preços não variam entre elas, mas você pode economizar comprando o pacote com os principais passeios numa única agência, em vez de adquiri-los individualmente em diferentes empresas.
- A alimentação em Noronha é um dos fatores mais onerosos, devido ao custo de transporte de produtos provenientes do Continente. Entretanto, é possível driblar essa carestia levando alguns lanchinhos na bagagem, como biscoitos, castanhas ou frutas menos perecíveis, a exemplo da maçã. Eu usei essa estratégia para evitar gastar com almoço durante os passeios, reservando o valor economizado para usufruir de um bom jantar nos locais mais recomendados da Ilha.
O que fazer em Fernando de Noronha
Os principais atrativos da ilha de Fernando de Noronha são as praias.
Os diversos passeios são voltados à exploração da fauna marinha e das belas paisagens. São mergulhos com cilindro, snorkeling, navegação, trilhas etc.
Onde comer
O centro da Vila concentra uma enorme variedade de restaurantes, bares, cafés, lanchonetes e sorveterias, que funcionam até tarde da noite. Eu optei por jantar em dois restaurantes bem recomendados e, numa das noites, perambulando pelo centro, aproveitei para me refrescar numa das deliciosas sorveterias locais.
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Kelly Fabiani
Mulher, Mãe, Alagoana, Arquiteta e Controladora de Tráfego Aéreo. Viajar sempre fez parte da minha vida. Em 2012, aos 40 anos de idade, me tornei Viajante Solo e, desde então, venho colecionando experiências, histórias e dicas de viagem pelo Brasil e por outros países mundo afora. No “Pelo Mundo By Myself“, compartilho todas elas com o intuito de auxiliar outros viajantes independentes na preparação de seus roteiros e para encorajar outras mulheres a desbravarem o mundo sozinhas, sem medo de ser feliz.
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