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Explorando o melhor de PORTUGAL em apenas 1 semana

Não podemos negar que para nós, brasileiros, Portugal é, de fato, nossa segunda pátria. Um país onde nos reconhecemos, tanto na história como nos hábitos e costumes.

Portugal costuma ser o ponto de partida para os brasileiros que viajam em turismo para a Europa. Por isso, já estive por lá, de passagem, em várias ocasiões. 

Nesse post, trago os registros de minha última passagem pela “terrinha”. Uma viagem especial em que tentei explorar o melhor do país em apenas uma semana.

Meu Roteiro de 1 Semana em Portugal

Nessas férias, eu dispunha de apenas duas semanas. E como minha intenção era explorar Portugal e fazer o Caminho de Santiago de Compostela, precisei reduzir os dias que seriam dedicados ao turismo pelo País.

Programei-me para passar a primeira semana passeando por algumas cidades turísticas portuguesas e a segunda, para fazer “El Camino“.

Durante a semana de turismo em Portugal, planejei visitar lugares sequenciados, com o fim de otimizar o percurso.

Concentrei-me na região centro-norte de Portugal, já que meu destino final seria a fronteira com a Galícia, na Espanha.

Os lugares selecionados para visitar foram: Lisboa, Fátima, Batalha, Nazaré, Óbidos, Coimbra, Aveiros, Porto, Guimarães e Braga.

Em Lisboa, Coimbra e Porto, fiquei hospedada por alguns dias. Mas as outras localidades, conheci em tour do tipo bate-volta, tendo Lisboa e a cidade do Porto como pontos de partida e retorno.

Saí do Brasil com os passeios contratados para garantir as datas programadas. Fiz as reservas pelo site viator.com.

Dica de viajante!

Sempre recomendo os sites viator.com ou getyourguide.com.br para tours rápidos.

Acho que compensam bastante, principalmente para um viajante solo. Evitamos perdas de tempo com deslocamento e ainda conhecemos os lugares em detalhes, graças às explicações dos guias.

Meu voo até Lisboa: uma cilada

Comprei minha passagem aérea na companhia Cabo Verde Airlines.

O valor foi muitíssimo inferior ao que se cobra em companhias mais renomadas, como a TAP, por exemplo. 

Mas confesso que foi aquele “barato que saiu beemmm caro”. Veja o que aconteceu!

O voo de ida foi cancelado de última hora e o pessoal da companhia aérea deixou todos os passageiros totalmente desinformados. Não havia perspectiva de outro voo nos próximos sete dias, já que a empresa só fazia essa rota semanalmente.

Fomos levados para um hotel, em bairro próximo ao Aeroporto Internacional do Recife, enquanto aguardávamos um retorno sobre a possibilidade de outro voo no dia seguinte.

Até aí o estresse era grande. Todos os planos de viagem estavam à beira de serem cancelados. Com esse atraso, eu já havia perdido um dia de passeio em Portugal. O tour que havia reservado para Évora foi por água abaixo.

Até que, no dia seguinte, depois de muita confusão e enrolação, um dos passageiros usou de sua influência para obrigar a empresa a nos colocar no voo da TAP que sairia à noite. 

Nessa história toda, perdi uma diária de hotel em Lisboa e um tour para Évora. Despesas que nunca foram ressarcidas, mesmo após ter formalizado reclamação junto à ANAC.

Mas a maior perda foi a da minha paz de espírito. 

Entretanto, o estresse com a Cabo Verde Airlines não acabou por aqui. O retorno também foi outro pesadelo.

Saindo de Lisboa com destino ao Brasil, paramos para conexão em Praia (Capital do Cabo Verde).

No aeroporto, esperava-se que houvesse duas aeronaves destinadas a fazerem o voo para o Recife e Fortaleza, respectivamente.

Porém, havia apenas uma aeronave, um Boeing com mais de 20 anos, que não dispunha de espaço suficiente para todos os passageiros que se destinavam ao Brasil.

Passamos mais de três horas aguardando uma solução para que todos pudessem embarcar naquele dia.

Resolveram priorizar os passageiros que estavam em conexão. O voo teria um só destino: Fortaleza.

Uma vez embarcados, começou nova confusão. O sistema de ventilação da aeronave estava com defeito, o avião estava abafado e a tripulação nos mantinha presos. Estavam decididos a decolar naquela situação.

Alguns passageiros fizeram um levante e partiram para agredir os comissários. Foi então que decidiram permitir nosso desembarque e consertar o sistema de ventilação antes de prosseguir com a decolagem.

Foram mais algumas horas de espera, até que finalmente embarcamos e decolamos com destino a Fortaleza.

Naquele avião velho, cheio de problemas e com barulho de sucata, eu rezava para que chegássemos em paz.

Um vinho servido a bordo e a conversa sem fim de um dos passageiros me ajudaram a superar aquelas longas cinco horas.

Quando enfim cheguei ao Brasil, dei graças a Deus por estar viva.

Esse foi o barato que saiu caríiiiiiiiisssimo!!!

Chegando em Lisboa

Ao desembarcar no Aeroporto de Lisboa, fui diretamente buscar a indicação para pegar o metrô que me levaria até o meu hotel.

Não há dificuldade alguma em se locomover pelo aeroporto, principalmente porque em caso de dúvidas, não temos problemas de comunicação.

A estação de metrô se chama ‘Aeroporto’ e fica na linha vermelha. Como ela está interligada com outras linhas metroviárias, pode-se chegar a diversos pontos da Cidade.

Eu precisei fazer conexão com a linha azul para descer na estação mais próxima ao meu hotel.

O bilhete pode ser adquirido no guichê ou numa das máquinas da própria estação de metrô.

Lisboa
Acesso principal do Aeroporto de Lisboa
Aeroporto de Lisboa
Estação de Metrô do Aeroporto de Lisboa

2 Dias em Lisboa

Lisboa é realmente uma cidade encantadora. Um lugar onde nos sentimos bem acolhidos.

Passear pela Cidade é muito tranquilo e seguro. Além disso, a estrutura de transporte público é bastante eficiente. O metrô, os ônibus e os bondes elétricos nos levam a qualquer lugar.

A capital portuguesa tem excelentes opções gastronômicas a preços bem convidativos. E os vinhos então, nem se fala.

Há uma enorme variedade de rótulos portugueses a preços inacreditavelmente irrisórios, uma verdadeira bagatela se compararmos com o que precisamos desembolsar por uma boa garrafa de vinho no Brasil.

Para se ter uma ideia, cheguei a pagar menos de sete reais no supermercado por uma garrafa de excelente vinho tinto português.

Eu havia me programado para ficar em Lisboa por três noites. Como eu já conhecia os principais pontos turísticos da Cidade, priorizei alguns passeios nas redondezas.

Reservei um tour de um dia para Évora e outro para conhecer Fátima, Batalha, Nazaré e Óbidos. O restante do tempo seria para dar uma voltinha rápida pelo Cais do Sodré e a região da Torre de Belém.

Entretanto, os problemas com o voo da Cabo Verde Airlines me fizeram perder um dia em Lisboa. O que me impediu de realizar o tour até Évora.

Dica de viajante!

Para se deslocar por Lisboa ou qualquer outra cidade, basta consultar o aplicativo Google Maps. Ele traz todos os meios de transporte disponíveis entre o local de origem e destino, incluindo horários de saída ou conexões.

Minha Hospedagem em Lisboa

Reservei minha hospedagem em Lisboa pelo Booking.com. Fiquei no Hotel Residencial Milanesa, com ótima localização, bem próximo à Avenida da Liberdade.

Há vários estabelecimentos comerciais nas proximidades, principalmente cafés e restaurantes. Além disso, tem fácil acesso à estação de metrô.

Vista da varanda do quarto do Hotel Residencial Milanesa
Quarto do Hotel Residencial Milanesa

Meu Roteiro em Lisboa

Não vou aqui citar todos os atrativos turísticos que Lisboa possui, uma vez que seria impossível explorá-los em apenas dois dias.

Fiz um roteiro onde incluí alguns pontos turísticos que não conhecia, principalmente nos arredores de Lisboa, e outros que gostaria de revisitar.

DIA 1: Tour por Lisboa

Como cheguei em Lisboa pela manhã, tive tempo de fazer o check in no hotel, tomar um banho e me refazer para explorar a Cidade durante a tarde.

Obviamente, estava ainda bem sonolenta, pois em voo noturno nunca consigo dormir; apenas dou alguns cochilos. Mas o tempo era limitado e eu queria aproveitar a Cidade ao máximo.

Peguei o metrô e desembarquei na estação do Cais do Sodré. Queria almoçar no concorrido Mercado da Ribeira. Um antigo mercado municipal, restaurado e transformado numa estação gourmet.

Há diversas opções de restaurantes e lojinhas de gastronomia. O difícil é escolher o que comer; são muitas delícias reunidas num só lugar …

Achei super interessante o projeto de revitalização. Parece ter sido inspirado nas praças de alimentação dos shopping centers. Nas laterais do mercado ficam os restaurantes dispostos em guichês e no centro, foram colocadas mesas e banquetas de madeira fixas, com design bem moderno.

Como eu queria fazer minha primeira refeição na “terrinha” com produtos bem típicos, optei por pedir um bacalhau gratinado e uma taça de vinho verde do Restaurante Henrique Sá. O prato incluía uma porção de batatas fritas e fatias de pão português.

Foi uma escolha bem acertada. Prato muito farto, delicioso e bem econômico. Paguei o correspondente a uma refeição de prato feito em qualquer praça de alimentação no Brasil.

Gastronomia em Lisboa
Mercado da Ribeira
Mercado da Ribeira
Meu almoço no Restaurante Henrique Sá - Mercado da Ribeira

Depois do maravilhoso almoço, peguei um ônibus defronte ao Mercado da Ribeira e fui até o imperdível Mosteiro dos Jerónimos, obra prima da arquitetura portuguesa do século XVI.

O Mosteiro está localizado à margem do Rio Tejo e foi construído no estilo arquitetônico Manuelino. É considerado Patrimônio Nacional e Patrimônio Mundial da Unesco.

O que é Estilo Manuelino ?

É um estilo gótico português que se desenvolveu durante o reinado de D. Manuel I. Mantém a riqueza de detalhes decorativos e se diferencia pela presença da arte luso-mourisca simbolizando o poder régio.

Na longa fachada voltada para o Rio Tejo, está a principal porta de acesso ao interior da igreja do Mosteiro. O Portal é lindamente trabalhado em pedra, com destaque para a imagem de Santa Maria de Belém.

Recomendo visitar o Mosteiro sem pressa. Observe cada detalhe e recanto da Igreja e não deixe de visitar o belíssimo Claustro.

A entrada à Igreja é gratuita. Apenas o claustro é cobrado. Existe um bilhete que inclui o acesso ao Claustro e à Torre de Belém, que está justo defronte ao Mosteiro. Vale a pena pagar para essas duas visitas.

Após cerca de uma hora visitando o Mosteiro dos Jerónimos, apenas atravessei a avenida e já estava no famoso Monumento aos Descobrimentos (Padrão dos Descobrimentos), construído para homenagear as personalidades históricas de destaque nos Descobrimentos portugueses.

Esse gigantesco monumento construído em pedra fica à margem do Rio Tejo. É mais uma visita imperdível, não apenas por ser um símbolo turístico de Lisboa, mas, principalmente, pelos atrativos do entorno.

Uma boa ideia é sentar-se próximo ao monumento e passar alguns minutos contemplando a paisagem do Rio.

Lisboa - Portugal
Monumento "Padrão dos Descobrimentos"
Padrão dos Descobrimentos - Lisboa
`Sentada à margem do Rio Tejo. Defronte ao Padrão dos Descobrimentos.

Depois, sugiro ir caminhado pelo calçado à margem do Tejo até a Torre de Belém. Se tiver comprado um bilhete que inclua o Mosteiro e a Torre, essa é a oportunidade ideal para visitá-la.

Como eu já havia visitado a Torre de Belém em outra oportunidade, limitei-me a apreciá-la apenas por fora e registrar todas as fotos que pude. O entorno tem lindos ângulos de vista.

Lisboa - Portugal
Calçadão à margem do Rio Tejo. Torre de Belém ao fundo.
Lisboa - Portugal
Torre de Belém

Depois desse passeio à margem do Rio Tejo, resolvi ir fazer meu lanchinho de fim de tarde. E advinha o que comi! Nada mais nada menos que o delicioso e original “Pastel de Belém”.

Sim… perto de todo esse complexo histórico e turístico está a fábrica do Pastel de Belém. Foi transformada numa cafeteria, com vários ambientes para se acomodar e lanchar sem pressa. O problema é que o lugar sempre está lotado, por isso, dependendo do horário, pode ser que não consiga encontrar uma mesinha livre.

Se não conseguir uma mesa para sentar, compre seus pastéis para viagem e escolha um lugar ao ar livre para comê-los. De repente, diante de tanta paisagem bonita, essa acaba sendo uma opção bem mais interessante.

Dica!

Mesmo que não fique para comer na doceria, não deixe de circular por seus ambientes. Certamente poderá ver parte da cozinha, onde ficam os pastéis recém assados, prestes a serem servidos. É de encantar os olhos e encher a boca d’água!

Como os Pastéis de Belém são baratos, aproveitei para comprar alguns a mais e deixar para o café da manhã do dia seguinte, já que o hotel não incluía essa refeição. Obviamente que não ficam tão gostosos como recém saídos do forno, mas continuam sendo uma delícia.

O tour do primeiro dia durou o período da tarde e início da noite. Não me prolonguei muito mais porque estava cansada da viagem.

DIA 2: Tour para Fátima, Batalha, Nazaré e Óbidos

Reservei o segundo dia em Lisboa para fazer um tour que incluía o Santuário de Nossa Senhora de Fátima.

Um dos motivos da minha viagem a Portugal era visitar esse santuário e agradecer por uma graça pessoal alcançada.

Como estava viajando sozinha e pretendia otimizar meu tempo, achei mais vantajoso contratar um tour de um dia inteiro, incluindo outros lugares de meu interesse nas proximidades de Lisboa.

No site viator.com comprei um passeio que incluía: o Santuário de Fátima, Batalha, Nazaré e Óbidos.

O passeio foi feito em microônibus climatizado e guiado por um profissional que fornecia as explicações de maior interesse dos lugares em visitação. 

O ponto onde o microônibus do passeio passaria para me pegar estava a alguns metros a pé do hotel; mais especificamente na Praça dos Restauradores.

No caminho, parei para tomar um café na Taverna Imperial. Um restaurante bem conhecido; não precisamente pelo café da manhã, mas pelos pratos com bacalhau.

Pedi um café da manhã bem caprichado e ainda completei com os pastéis de Belém que guardei do dia anterior.

Iniciando o Tour

O primeiro ponto de parada foi o Santuário de Nossa Senhora de Fátima. O guia nos deixou livres por cerca de uma hora e meia.

O santuário inclui duas igrejas. Uma delas, a mais antiga, abriga os túmulos dos pastorinhos que viram Nossa Senhora.

A segunda é mais moderna; tem um altar formado por um lindo mosaico dourado ilustrando cenas bíblicas. É nessa igreja onde as missas são celebradas rotineiramente.

Assim que imergimos no grande pátio, em cujos extremos se encontram as duas igrejas postas uma defronte à outra, já nos deparamos com uma pequena sala com paredes em vidro, repleta de velas acessas. Dentro, há um pequeno altar com a imagem de Nossa Sra de Fátima. Aproveitei para acender uma vela em gratidão.

O tempo que me restou deu para entrar nas duas igrejas, caminhar um pouco pelo entorno do complexo e visitar uma lojinha de souvenir.

Havia lido que em Fátima, também se pode visitar a casa onde Lúcia, a menina que falava com Nossa Senhora, morou. Mas não tive tempo para procurá-la.

Saindo de Fátima em direção a Nazaré, paramos em Batalha.

Uma visita bem rápida, apenas para conhecer o Mosteiro. Um dos destaques é a nave sem cúpula da igreja.

A parada durou cerca de 45 minutos; logo partimos para Nazaré, onde paramos por mais tempo para almoçar.

Turismo em Portugal
Fachada lateral da Igreja do Mosteiro de Batalha
Nave sem cúpula da Igreja do Mosteiro de Batalha

A cidade de Nazaré é muito famosa entre os surfistas. Devido a uma fenda no fundo mar, lá se formam as ondas mais altas do mundo.

Mas, independentemente do atrativo para os aventureiros do mar, Nazaré é uma linda vila de pescadores, com clima bem praiano, repleta de ruelas estreitas e casinhas brancas com esquadrias coloridas.

O primeiro ponto de parada antes do almoço foi a Capela de Nossa Senhora de Nazaré, localizada no alto de um mirante. De lá temos uma vista maravilhosa da vila à beira mar.

Logo em seguida, o guia nos deu algum tempo livre para explorar o vilarejo e almoçar.

Parei num dos muitos restaurantes à margem da avenida da orla; o que me pareceu mais acolhedor e com preço mais acessível.

Pedi um robalo frito com batatas cozidas e uma taça de vinho branco. Um prato bem rústico, na verdade. Custou 14 euros. Um pouco caro se considerar a simplicidade do lugar e do prato. Mas sei que paguei pela localização. Almocei apreciando o mar. 

Depois do almoço, aproveitei para dar uma voltinha pelas ruelas com casinhas de pescadores, e pisar na areia da praia.

A água gelada do mar e as fortes ondas não são nada convidativas para um banho. Mas as pessoas gostam de se sentar na areia e relaxar apreciando a paisagem.

Saindo de Nazaré, seguimos para a nossa última visita do tour, a vila de Óbidos.

Na minha opinião, Óbidos foi um dos pontos altos do passeio. A vila é uma fofura; com ruelas estreitas, em pedra, e com casario restaurado pintado de branco com detalhes coloridos.

O centro histórico de Óbidos está totalmente voltado para o turismo. Não vi muitas residências; a maioria das casas funcionam como restaurantes, lojas de souvenir e chocolaterias.

Por sinal, um dos souvenirs que não pode faltar na bagagem é a famosa ‘Ginja’, um licor feito de uma fruta pertencente à família da cereja.

Durante o tour pelo vilarejo, temos a oportunidade de provar o licor típico do lugar num copinho de chocolate. Uma delícia!

O guia nos deixou livres por hora e meia. Tempo suficiente para passear livremente pelo vilarejo, me perder pelas ruelas medievais e registrar a vista panorâmica que se tem do alto das ruínas do Castelo.

Saindo de Óbidos, retornamos a Lisboa. O guia me deixou no mesmo ponto onde embarquei, na Praça dos Restauradores.

Já era início de noite, de modo que aproveitei para jantar antes de seguir para o hotel.

Avistei uma padaria, mais precisamente, uma delicatessen, que estava super movimentada; A Padaria Portuguesa. Decidi comer por lá.

Optei por uma sopa de legumes, pães e um suco de laranja. Estava tudo tão gostoso e barato, que acabei escolhendo o mesmo lugar para o café da manhã do dia seguinte.

Padaria em Lisboa
'A Padaria Portuguesa'
Meu jantar delicioso e barato em 'A Padaria Portuguesa'

DIA 3: Saindo de Lisboa com destino a Coimbra

Saí bem cedo do Hotel Residencial Milanesa. Tomei meu café da manhã na Padaria Portuguesa e segui em direção à estação de trem. Meu destino seguinte seria a cidade de Coimbra.

Peguei o metrô até a conexão com a estação de trem Sta Apolônia.

A passagem foi comprada online, pelo site raileurope.com, quando eu ainda estava no Brasil. Optei pela segunda classe, que me custou 12 euros. O trem é bem confortável e tem serviço de Wi-Fi.

Antes de entrar na cidade de Coimbra, precisei fazer uma conexão entre trens regionais. Desembarquei na estação Coimbra-B para pegar o trem com destino a Coimbra. Todos esses detalhes vêm discriminados no bilhete.

É importante respeitar os horários dos trens, pois são pontualíssimos.

A viagem de trem foi bem rápida; durou apenas uma hora e meia.

Assim que desembarquei em Coimbra, ainda na estação de trem, comprei o bilhete para o passeio que iria fazer até Aveiro; um bate-volta.

1 Dia em Coimbra

A estação de trem de Coimbra fica praticamente dentro do Centro Histórico, o que é muito conveniente.

Assim que desembarquei, facilmente encontrei a minha acomodação: Pensão Flôr de Coimbra.

Um lugar super acolhedor, com ar de residência e muitíssimo bem localizado; no coração do Centro Histórico.

A decoração da hospedagem, carregada em madeira trabalhada, nos remete a tempos passados. Fiquei num quarto bem espaçoso, com mobiliário retrô, mas uma decoração renovada.

Após o check in, recebi as chaves do quarto e da porta de entrada da Pensão. A recepção não tem funcionário permanente em todos os horários, por isso o hóspede fica responsável por seu próprio acesso a qualquer hora do dia. 

Muita atenção nessa hora!

Se for retornar tarde da noite, é preciso ter bastante cuidado para não esquecer de levar consigo a chave da porta de entrada da hospedagem. Caso contrário, é bem provável que a recepção esteja vazia e você tenha que passar a noite na rua ou esperar que outro hóspede abra a porta.

Hospedagem em Coimbra - Portugal
Corredor dos quartos na Pensão Flôr de Coimbra
Hospedagem em Coimbra
Quarto da Pensão Flôr de Coimbra

Como reservei apenas duas noites na Cidade, precisava aproveitar cada minuto. Então, após fazer fazer o check in e me desfazer da bagagem, parti rapidamente para passear pelo Centro Histórico. O destino principal era a tão renomada Universidade de Coimbra.

Meu passeio pelo Centro Histórico de Coimbra iniciou no Largo da Portagem, onde peguei um mapa turístico da Cidade no centro de informações turísticas.

Seguindo em direção à Universidade, parei para comer um doce na famosa Pastelaria Briosa. É tanta gostosura, que fica difícil escolher só uma só opção.  

Centro Histórico de Coimbra
'Pastelaria Briosa' - doces portugueses tradicionais
Doces portugueses
Saboreando uma das delícias da Pastelaria Briosa

Com muita disposição e resistência, fui subindo as lindas ruelas estreitas e enladeiradas de Coimbra.

O Centro Histórico fica ainda mais encantador com a presença de estudantes trajados em sua secular toga preta. Eles estão por todos os lados, subido e descendo ladeira, indo ou voltando da Universidade.

As típicas Casas de Fado também estão em diversos recantos da Cidade antiga. Inclusive, o fado de Coimbra tem um diferencial; dizem que é mais animado, tanto no ritmo como nas letras. E isso se deve ao fato de as músicas serem compostas por estudantes.

Subindo uma das ruelas medievais, me deparei com o anúncio de um espetáculo de “Fado ao Centro”. Vi que havia um show marcado para as 18hrs. Tratei de reservar meu lugar; comprei um bilhete por 10 euros, incluindo uma taça de vinho no final do espetáculo.

Segui subindo, sem pressa, até a Universidade. Ia apreciando cada recanto.

É importante subir tranquilamente e segurar o fôlego para conseguir chegar ao topo da parte alta do centro antigo. Sugiro adotar o velho jargão: “devagar e sempre”.

Finalmente, chegando no alto do Centro Histórico, me deparo com a secular Universidade de Coimbra. Busquei logo o acesso ao complexo da Faculdade de Direito, a mais antiga de Portugal e Patrimônio Mundial da UNESCO.

O acesso ao grande pátio do complexo é feito através de um portal em pedra, decorado com esculturas que fazem referência à temática jurídica.

Logo na entrada, há uma capela belíssima, toda revestida em azulejo português. Vale a pena segurar a ansiedade de conhecer o resto do complexo e parar por um tempo nessa capela.

Ao adentrar o pátio do complexo da Faculdade de Direito, logo vemos, no canto esquerdo, a memorável Biblioteca Joanina. O nome faz referência ao Rei João V, responsável por sua construção no século XVIII.

A visitação à Biblioteca tem hora definida e controle do número de visitantes. As informações de horários estão afixadas na grande porta em madeira talhada na entrada da edificação.

O ingresso é adquirido no guichê defronte à Biblioteca. Existem visitas guiadas, que são um pouco mais caras. Eu comprei a entrada simples.

Universidade de Coimbra - Portugal
Porta de Acesso à Biblioteca Joanina

Durante a visita, muita atenção com o impulso do “click”! É proibido fotografar ou filmar no interior da Biblioteca.

Embora dê muita vontade de registrar todo o ouro daquele esplendor barroco, realmente de encher os olhos, é importante respeitar a regra. Evite ser expulso ou sofrer constrangimentos. Os guias que nos conduzem durante a visita ficam bem atentos quanto a isso.

Como minha viagem foi em setembro, período de aulas, pude sentir um pouco do clima estudantil por lá.

Muitos estudantes circulavam pelos corredores. Alguns trajados de forma clássica, com a “capa” preta; outros não. Esses últimos, normalmente, eram estudantes estrangeiros.

Enquanto visitava as salas de aula da Faculdade de Direito, tive a oportunidade de conversar um pouco com uma estudante intercambista angolana.

Ela falou que o traje típico não é obrigatório; o aluno deve fazer a opção de usá-lo ou não no início do curso. Caso opte por utilizá-lo, deverá fazê-lo até a formatura.

E por falar em salas de aula, essas são uma atração à parte. Paredes revestidas em azulejos portugueses; mobiliário em madeira talhada e disposição das bancas no estilo anfiteatro. Tudo se mantém como nos melhores tempos áureos da Instituição.

Universidade de Coimbra - Portugal
Sala de Aula da Faculdade de Direito
Universidade de Coimbra - Portugal
Corredor de salas de aula da Faculdade de Direito

Saindo do complexo da Universidade, aproveitei para explorar os recantos da parte alta de Coimbra. Diversas ruelas com construções em pedra nos conduzem a lugares com belíssimas vistas panorâmicas. Vale a pena reservar um tempinho e se perder por esses recantos.

Na descida de volta à parte baixa do centro antigo, aproveitei para visitar outros atrativos turísticos, como a Sé Velha e a Sé Nova.

Coimbra - Portugal
Sé Velha de Coimbra
Centro Histórico de Coimbra
Sé Nova de Coimbra

Parei para almoçar num dos muitos restaurantes modernosos espalhados pela parte baixa do Centro Histórico de Coimbra.

Optei por uma mesinha na calçada. Foi maravilhoso apreciar toda a movimentação e agitação dos passantes enquanto almoçava um delicioso sanduíche gourmet.

Algo que achei interessante foi perceber o clima juvenil num lugar secular e erudito.

Centro Histórico de Coimbra
Meu almoço-lanche no Centro Histórico de Coimbra
Coimbra - Portugal
Uma das ruas principais do Centro Histórico, onde há muitos restaurantes.

Após o almoço, aproveitei para explorar um pouco mais a parte baixa do Centro Histórico de Coimbra.

Passeei por suas vielas antigas e parei para visitar a Igreja de Santa Cruz. Nela, encontra-se o túmulo do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques. Aproveitei para visitar o Claustro também. A visita é gratuita.

Coimbra - Portugal
Fachada Principal da Igreja de Santa Cruz

Depois de muito caminhar, chegou a hora do espetáculo do Fado ao Centro. Um espetáculo rápido, de apenas uma hora, mas muito envolvente.

Um grupo pequeno de músicos se apresenta com lindas músicas de fado, num ambiente decorado com fotos de importantes personalidades do estilo musical e mobiliário antigo. O ar levemente sofisticado ficou por conta dos detalhes decorativos em tecido vermelho-sangue.

No final do espetáculo, a tacinha de vinho serviu para relaxar e brindar àquele momento tão especial.

Coimbra - Portugal
Fachada do 'Fado ao Centro'
Casa de Fado - Coimbra
Espetáculo de Fado no 'Fado ao Centro'

Mas o fado não ficou por aqui. À noite, fui a um jantar na casa de fado chamada ‘A Capella’.

O lugar é super original. Uma pequena igreja, no alto de uma das vielas antigas do Centro Histórico de Coimbra.

O altar da igreja se transformou no palco. E o espaço que antes era reservado para acomodar os fiéis foi ocupado com mesas do restaurante que serve o jantar durante o show de fado.

Coimbra - Portugal
Fachada principal da casa de fado 'A Capella'
Coimbra - Portugal
Interior de 'A Capella'

‘A Capella’ é um ambiente bastante intimista, com iluminação à luz de velas. O espetáculo é mais clássico; bem diferente da apresentação do Fado ao Centro. E o jantar … um show à parte.

O prato principal era uma maravilhosa posta de filé de bacalhau. E para a sobremesa, um crème brûlée delicioso.

Adquiri o bilhete para o jantar-show de ‘A Capella’ no próprio site da casa de fado, antes mesmo de sair do Brasil.

Sugiro que faça o mesmo, caso queira ir por lá também. As vagas para o jantar são bem limitadas porque o espaço é pequeno. Fazendo a reserva com antecedência, pode garantir sua mesa para o dia em que estiver em Coimbra.

Saindo de Coimbra

Reservei somete uma noite no hotel em Coimbra, por isso tentei aproveitar ao máximo o dia da minha chegada.

No segundo dia, como teria que pegar o trem para a cidade do Porto e ainda passar por Aveiro, tentei otimizar o período da manhã para visitar os atrativos turísticos que restavam.

Tomei meu café da manhã numa cafeteria próxima ao hotel, ao lado da estação de trem, e parti para o meu tour matutino a pé.

Atravessei a ponte sobre o Rio Modego, saindo do Centro Histórico, e já estava no caminho do Mosteiro de Santa Clara – a Nova.

Uma edificação grandiosa foi construída no século XVII para abrigar a ordem das Clarissas. Mais do que um mosteiro, era um verdadeiro convento de clausura, daqueles em que as freiras não têm contato algum com o exterior.

No altar, folheado a ouro, da igreja do Mosteiro de Santa Clara está o túmulo, em prata, da Rainha Santa Isabel. Seu corpo se mantém em ótimo estado de conservação.

Ao lado da igreja, há um museu com relíquias da Rainha Santa. A visita é interessantíssima; uma aula de história. Recomendo muitíssimo.

Saindo do Mosteiro, fui visitar outra atração nas proximidades, a Quinta das Lágrimas. Uma extensa área verde composta por trilhas e recantos bucólicos.

O principal atrativo desse lugar é a fonte das lágrimas que, segundo a lenda, foi o lugar onde D. Inês de Castro foi morta. O trágico episódio pôs fim ao romance proibido com o Príncipe D. Pedro (futuro Pedro I de Portugal).

Para entrar na Quinta, paguei 2,50 euros. Sinceramente, não considero uma visita indispensável. Se seu tempo ou orçamento estiverem apertados, em minha opinião, vale considerar excluir essa atração do roteiro.

Minha última visita turística em Coimbra foi o Mosteiro de Santa Clara – a Velha. Construído a mando da Rainha Santa Isabel, no século XIII, para abrigar a ordem das Clarissas. Como foi parcialmente aterrado pelas enchentes do Rio Mondego, séculos mais tarde construiu-se o Mosteiro de Santa Clara – a Nova.

Fonte das Lágrimas
Coimbra - Portugal
Mosteiro de Santa Clara - a Velha

No fim da manhã, seguindo em direção à estação de trem, parei na Pastelaria Briosa para me despedir de Coimbra provando um de seus doces mais típicos, o Pastel de Santa Clara. Como a maioria dos doces conventuais, esse também é feito à base de ovo. Até a coloração do recheio, feito à base de gema de ovo e amêndoas, mantém a tonalidade alaranjada.

Coimbra - Portugal
Pastel de Santa Clara

Check out feito; mochila nas costas; hora de partir para Aveiro.

Dica de viajante!

Mesmo que esteja usando cartão de crédito ou cartão moeda, tenha sempre algo de dinheiro em espécie na carteira. Pode ser pego de surpresa por acomodações que não aceitam cartão como forma de pagamento. Isso me aconteceu no hotel de Coimbra. Por sorte, tinha os 25 euros da diária em espécie. 

Uma tarde em Aveiro

A viagem de Coimbra até Aveiro foi bem rápida, durou apenas 30 minutos.

Chegando na estação, garanti logo a passagem para a cidade do Porto. Há trem a cada uma hora. O bilhete custou apenas 3,40 euros.

Embora já fosse final da manhã, preferi deixar o almoço para depois da atração principal da Cidade, o passeio de navegação em Moliceiros.

Os “molicieiros” são embarcações semelhantes às gôndolas de Veneza, que navegam entre os canais de Aveiro. Por essa razão, a Cidade é conhecida como a “Veneza Portuguesa.”

Para enganar a fome, parei numa doceria no caminho entre a estação ferroviária e o centro da cidade. Comprei o doce típico do lugar, chamado de “ovos moles”.

Como a maioria dos doces portugueses, esse também é à base de gemas de ovos. Na minha opinião, a aparência é mais interessante que o sabor. 

Aveiro - Portugal
Estação de Trem de Aveiro
Doces portugueses
Doce 'ovos moles'

Assim que ingressamos na parte central de Aveiro, facilmente identificamos o local de venda dos bilhetes do passeio em ‘moliceiro’.

A navegação dura cerca de 45 minutos. As paisagens são belíssimas, com destaque para o lindo e abundante casario em estilo Art Nouveau à margem dos canais.

É um passeio super relaxante, onde o barqueiro vai dando informações sobre o lugar, hábitos e atividade econômica predominante.

Os moliceiros servem não apenas para a atividade turística, mas também coletam algas da laguna conhecida como Ria de Aveiro.

Depois do passeio em ‘moliceiro’, fui dar uma rápida circulada a pé pelo Centro Histórico. Parei para almoçar numa pracinha bem arborizada, onde a ventilação vinda do rio e mar davam um clima praiano ao lugar.

Pedi uma “salada de delícias do mar”. Pelo nome e considerando ser uma cidade de pescadores, achei que seria algo especial. Mas era apenas um prato de verduras, folhas cruas e kani.

De entrada, serviram a sopa do dia. E para beber, água gaseificada de limão. Tudo me custou 7,50 euros. Por esse valor, comeria bem melhor em Lisboa.

No meio da tarde, segui de volta à estação para pegar o trem com destino a cidade do Porto.

Aveiro - Portugal
Praça do Centro Histórico de Aveiro
Aveiro - Portugal
Centro Histórico de Aveiro

3 Dias no Porto

Chegando à cidade do Porto, desembarquei na famosa Estação de São Bento.

Mas antes de sair da estação, parei por um tempo para apreciar os belíssimos e gigantescos painéis de azulejo português que decoram o hall principal. Cada um deles registra parte dos momentos áureos da história portuguesa.

Estação de Trem no Porto - Portugal
Hall de entrada da Estação São Bento
Painéis de azulejo português
Painel de azulejo português no Hall de entrada da Estação São Bento

Saindo da estação, caminhei ladeira acima em busca do meu hotel. Na verdade, um apartamento tipo estúdio; Loulé Estúdios.

A Cidade parecia estar em festa. Além do movimento normal de turistas, os moradores que voltavam do trabalho ou da escola circulavam frenéticos pelas ruas naquele fim de tarde.

Resolvi interromper minha caminhada até a hospedagem. Parei por alguns minutos defronte à Igreja de Santo Idelfonso, na Praça Batalha, para me refrescar com um delicioso sorvete em casquinha e sentir um pouco mais daquela atmosfera envolvente, de pessoas nas ruas e arquitetura deslumbrante.

Igreja de Santo Idelfonso
Um sorvete em plena Praça da Batalha
Praça da Batalha - Porto
Igreja de Santo Idelfonso

Após essa parada estratégica, segui para o Loulé Estúdios. A fachada conserva as características arquitetônicas de sua construção histórica, mas o interior tem uma decoração bem moderna.

O Loulé Estúdios está muito bem localizado. De lá, pode-se ir caminhando para muitos pontos turísticos; tem fácil acesso a sistema de transporte e está cercado por cafés, supermercados e mercearias.

Além disso, o apartamento é bastante espaçoso, bem equipado, limpíssimo e muito confortável. Acho que foi a melhor opção de hospedagem de toda a viagem.

Por sorte, cheguei ao hotel por volta das 18h30. Quando fiz o check in, vi que tinha uma plaquinha informando que o horário de funcionamento da recepção era das 16hrs às 19hrs. Não tinha lido essa advertência no e-mail de confirmação da reserva do hotel.

Dica de viajante!

Quando fizer uma reserva em hospedagem do tipo apartamento, fique atento aos horários de funcionamento da recepção. Caso chegue fora dele, deverá informar previamente por e-mail, para que o responsável marque um horário de entrega da chave do quarto. Caso contrário, vai dormir na rua! 

Após me acomodar e tomar um bom banho para me refazer do dia intenso entre Coimbra, Aveiro e Porto, fui jantar no Café Santiago.

O lugar é conhecido por servir o melhor “Francesinha” da cidade do Porto. É um sanduíche super farto, recheado com linguiça, beef, mortadela, presunto e queijo derretido para a cobertura. Ainda vem acompanhado por uma porção de batatas fritas. Uma verdadeira e deliciosa bomba calórica. Imperdível!

Dizem que esse farto sanduíche é criação de um português que se exilou na França durante a Segunda Grande Guerra e, ao voltar, usou o famoso “croque monsieur” como inspiração para sua criação. Daí vem o nome “Francesinha”

Para completar minha típica refeição, pedi uma das duas melhores cervejas de Portugal, a Super Bock. Afinal de contas, estava na cidade onde ela é produzida. Uma delícia!!!

Café Santiago - Porto
Sanduíche 'Francesinha'
Interior do Café Santiago

DIA 2: Explorando a Cidade do Porto

Meu segundo dia na cidade do Porto foi preenchido com uma verdadeira maratona pelos principais pontos turísticos.

Comecei o dia com um café da manhã na tradicional Confeitaria do Bolhão, defronte ao Mercado que lhe dá o nome.

A cafeteria mantém a decoração interna como na época de sua fundação, no fim do século 19.

Comi um típico café europeu: suco de laranja, croissant e café expresso com leite. Delicioso e preço bem acessível, como, em geral, é a alimentação em Portugal.

Confeitaria do Bolhão
Café da manhã barato no Porto - Portugal
Café da manhã tradicional na Confeitaria do Bolhão

Depois do café da manhã, fiz uma rápida visita ao centenário e emblemático Mercado do Bolhão e segui caminhando com destino à Avenida dos Aliados, a principal avenida da cidade do Porto.

Nessa ampla e gigantesca avenida, cercada por lindos edifícios com estilo arquitetônico predominantemente Art-Déco, está a Praça da Liberdade, considerada o coração da Cidade.

Avenida dos Aliados no início da manhã

Como o Loulé Estúdios estava bem próximo à parte histórica, pude visitar alguns pontos a pé.

No entanto, para explorar tudo o que o Porto tem a oferecer de forma otimizada, optei pelo maravilhoso City Sightseeing; aquele ônibus turístico de dois andares que para em todos os pontos de interesse turístico.  Essa foi uma grande invenção aliada dos turistas independentes.

Os bilhetes para usar o ônibus turístico podem ser adquiridos online ou num dos pontos de parada.

Existem diversos percursos identificados por linhas de cores distintas. Pode-se comprar o bilhete que dá direito a fazer o percurso de apenas uma das linhas, mas acho mais vantajoso comprar o que inclui todos os trajetos.

As informações sobre as rotas e os bilhetes estão no site city-sightseeing.com.

Um dos pontos de parada do ônibus turístico é a Torre dos Clérigos. De lá, a apenas alguns passos, estão outras duas atrações imperdíveis: a Livraria Lello e as Igrejas das Carmelitas.

Torre dos Clérigos
Livrarias do Porto - Portugal
Fachada Livraria Lello

A Livraria Lello encanta com sua decoração Art-Déco. O ambiente acolhedor nos envolve num clima de introspecção, bem convidativo para uma longa tarde entre livros e café.

Mas seu grande atrativo é a escadaria central, cujo design em curvas vermelhas, semelhante à da escola de bruxaria Hogwarts, ganhou a fama de ter servido de inspiração à autora da obra de Harry Potter.

Posteriormente, essa história foi desmentida pela escritora J.K.Rowling. Mas a visita à livraria continua valendo muito a pena.

Interior da Livraria Lello
Escadaria de Harry Porter - Livraria Lello
Escadaria da Livraria Lello

As Igrejas das Carmelitas, dispostas lado a lado, já encantam pela fachada revestida em azulejos portugueses e decoração rica em detalhes, ao estilo barroco e rococó.

Uma curiosidade que pode passar despercebida é a porta que separa as duas igrejas. Ela dá acesso a uma residência ultra estreita, cuja finalidade era separar os dois templos religiosos. Uma lei da época proibia que duas igrejas dividissem a mesma parede.

O interior das igrejas, extremamente decorado, ressalta o trabalho em madeira talhada folhada a ouro.

Durante a minha visita, uma missa estava sendo celebrada. Aproveitei a oportunidade para participar da celebração.

Igrejas do Porto
Igreja das Carmelitas
Igrejas do Porto
Casa estreita entre as Igreja das Carmelitas

Uma curiosidade que identifiquei durante o percurso foram os banheiros públicos dispostos nas calçadas. São super limpos e amplos. Custam apenas alguns centavos de euros. Dá para usar tranquilamente. Bem diferente dos banheiros públicos que estamos acostumados a ver no Brasil.

Banheiros públicos
Banheiro Público no Porto

Outra igreja que faz parte de uma das rotas turísticas do ônibus é a Igreja de São Francisco. A decoração do templo é de encher os olhos pela quantidade de detalhes arquitetônicos folhados a ouro. Realmente uma contradição com a filosofia “franciscana” de desapego aos bens materiais.

Igrejas do Porto - Portugal
Complexo da Igreja de São Francisco
Interior da Igreja de São Francisco

Um passeio de barco pelo Rio Douro, que divide a cidade do Porto e a de Vila Nova de Gaia, não pode faltar no roteiro turístico. Comprei o bilhete para o Passeio das 6 pontes, que consiste numa navegação por pouco mais de uma hora para avistar as seis principais pontes sobre o Rio. 

A navegação é feita numa embarcação chamada de Barco Rebelo. Esse tipo de embarcação tinha a função de transportar o vinho do Porto até as Caves de Vila Nova de Gaia, na margem oposta do Rio Douro.

O bilhete para o passeio pode ser adquirido online ou diretamente no guichê localizado no Cais da Ribeira, lugar de onde partem os barcos.

O site getyourguide.com.br vende diversos tipos de passeio pelo Douro.

Em Vila Nova de Gaia estão as famosas vinícolas. Muitas delas fazem tour de visitação e degustação de seus produtos. Se você gosta de vinho, não pode dispensar essa atração.

Meu bilhete para o ônibus turístico dava como cortesia uma visita guiada a uma das caves de Vila Nova de Gaia. Aproveitei, que já estava nas proximidades, e fiz a visita guiada pela Cave Cockburn´s.

É importante ficar atento aos horários dos tours em português. Há grupos em inglês e francês também.

Acabei fazendo o tour em francês, pois se esperasse o tour em português iria comprometer o meu roteiro do dia.

Não deu para entender tudo, mas acho que captei as informações mais importantes.

A visita é muito interessante e, no final, ainda temos boas degustações de vinhos das uvas Ruby e Tawny.

Cave Cockburn´s
Interior da Cave Cockburn´s
Cave Cockburn´s
Momento da degustação dos vinhos da Cave Cockburn's

No fim da tarde, fui até a Sé do Porto. Visita obrigatória para todo visitante da Cidade. Mas eu tinha um propósito a mais; pegar minha Credencial de Peregrino para fazer o Caminho de Santiago de Compostela.

A Catedral do Porto é belíssima, e seu claustro, revestido em azulejo português, é o maior encanto do complexo.

Vale a pena fazer a visita com calma, explorando cada recanto.

Do lado de fora da Sé, a vista panorâmica do Porto é imperdível.

Fachada principal da Sé do Porto
Sé do Porto - Portugal
Claustro da Sé do Porto

Terminei meu dia intenso no célebre Majestic Café. Um lugar muito frequentado pela alta sociedade portuense do início do século 20.

Localizado na movimentada Rua de Santa Catarina, esse histórico e requintado café segue atraindo não apenas os moradores locais, mas também turistas. Os drinks animados de fim de tarde são um verdadeiro chamariz para um relax pós trabalho e uma atração singular para os visitantes curiosos.

Como tudo por lá é meio carinho, pedi apenas um drink. Minha opção certeira foi uma sangria com espumante. Deliciosa!!! O ambiente tornou a bebida ainda mais interessante.

Cafés do Porto - Portugal
Fachada do Majestic Café
Drink de fim de tarde no Majestic Café

À noite, já no Loulé Estúdios, fiz o meu jantar especial. Um belo e saboroso sanduíche de pão português com queijo e mortadela, e meia garrafa de vinho do Alentejo.

Acredite se quiser, mas essa meia garrafa de vinho nobre, comprada num supermercado das proximidades da acomodação, me sustou menos de um euro.

Meu jantar delicioso e barato no Loulé Estúdios

DIA 3: Tour para Guimarães e Braga

Separei esse terceiro dia na cidade do Porto para fazer um tour guiado de um dia até Guimarães e Braga.

Comprei o bilhete online pela viator.com. O tour incluiu o traslado em microônibus climatizado e guia.

Valeu muito a pena, pois se fosse visitar esses lugares por conta própria iria levar mais tempo. Além disso, não sei se iria gastar muito menos do que paguei no passeio.

Esse tipo de tour é uma ótima opção para otimização do tempo. E do ponto de vista financeiro, é bem vantajoso para o viajante solo.

O primeiro ponto de parada foi a cidade de Guimarães, ao norte de Portugal. Além de sua importância histórica na formação do País, o Centro Histórico de Guimarães é considerado Patrimônio Mundial da UNESCO.

Iniciamos nosso tour no Castelo em ruínas e depois seguimos para passear livremente pelo centro medieval.

Um passeio super agradável, com lindos recantos para fotos e paradas para um lanche. Eu aproveitei para comer meu delicioso sanduíche de mortadela com vinho, ainda das compras no supermercado do Porto.

O Centro Histórico de Guimarães também está repleto de restaurantes e docerias muito convidativos. Aproveitei para comer minha sobremesa num lugar super acolhedor. Pedi a famosa “Douradinha de Guimarães”, um doce à base de ovos, que lembra muito nossa queijadinha.

Saindo de Guimarães, seguimos para a cidade de Braga. Chegando lá, com o tempo um pouco reduzido, apenas pudemos visitar sua Catedral milenar e passear rapidamente pelo Centro Histórico.

Braga me pareceu uma cidade muito animada, com clima bem festivo. Muitas pessoas circulando nas ruas repletas de restaurantes, lojas e construções históricas.

Nossa última parada do tour foi o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, cuja escadaria deve ter inspirado o Santuário de Congonhas, em Minas Gerais.

São 500 degraus de um conjunto escultural que conduz até a Igreja do Bom Jesus.

Braga - Portugal
Santuário de Bom Jesus de Matosinhos

De volta à cidade do Porto, finalizei meu dia e minha passagem por Portugal, com um jantar tipicamente português, no renomado “Abadia”.

Comi um farto e delicioso prato de bacalhau com broa (pão feito com milho) e uma garrafa de vinho verde.

Um brinde a Portugal!

Delicioso jantar no restaurante 'Abadia'

Saindo do Porto

No meu dia de saída do Porto, aproveitei a manhã para fazer um último city tour pela parte moderna da Cidade.

Utilizei uma das linhas do City Sightseeing  para otimizar o tempo, mesmo sem descer em nenhum ponto. Sentei no assento do andar superior para ter uma visão melhor durante o percurso. 

À tarde, segui em trem para Valença do Minho, na fronteira com a Espanha. De lá iniciei a segunda etapa da viagem: a peregrinação no Caminho de Santiago de Compostela.

Kelly Fabiani

Mulher, Mãe, Alagoana, Arquiteta e Controladora de Tráfego Aéreo. Viajar sempre fez parte da minha vida. Em 2012, aos 40 anos de idade, me tornei Viajante Solo e, desde então, venho colecionando experiências, histórias e dicas de viagem pelo Brasil e por outros países mundo afora. No “Pelo Mundo By Myself“, compartilho todas elas com o intuito de auxiliar outros viajantes independentes na preparação de seus roteiros e para encorajar outras mulheres a desbravarem o mundo sozinhas, sem medo de ser feliz.

Vem Pelo Mundo By “Yourself”!

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