Saindo de Lima em direção a Machu Picchu, a parada em Cusco é obrigatória, pois é daqui que sai o trem com destino ao povoado de Águas Calientes, na base da misteriosa cidade inca.
A parada em Cusco é encantadora, pois o centro antigo da cidade nos faz voltar no tempo. São ruelas de pedra e casarios da época colonial que se mesclam aos resquícios de templos incas.
Informações Gerais
Cusco ou “Cuzco”, em espanhol, é uma pequena cidade localizada na região dos Andes Peruanos, a uma altitude de 3.400 metros.
Foi capital do Império Inca até a tomada da Cidade pelos colonizadores espanhóis, que a saquearam e construíram igrejas cristãs sobre restos de construções do templos incas.
A história de Cusco está claramente exposta em seus traços urbanísticos e arquitetônicos, com ruelas estreitas, muralha defensiva cercando a Cidade, construções góticas e ruínas incas.
A população local mantém em seu fenótipo traços marcantes dos índios andinos, como o cabelo preto liso, a pele amarelada e a estatura baixa. Também conserva o estilo de vestimenta, os hábitos e a língua de seus antecessores.
Em Cusco, é muito comum ver as mulheres levando seus bebês colados ao corpo com a ajuda de uma manta colorida feita com pelo de lhama ou opaca, animais comuns na região. Esse é um dos hábitos indígenas.
A língua espanhola, apesar de ser o idioma oficial do Peru, torna-se secundária em Cusco, onde os habitantes, majoritariamente descentes de índios andinos, preferem se comunicar em “quechua“, a língua originária de seu povo.
Os locais são pessoas simples no trato e muito acolhedoras. Vivem principalmente do turismo, artesanato e agricultura.
Devido à elevada altitude, o ar em Cusco é mais rarefeito, o que exige dos visitantes uma preparação prévia contra o que eles chamam de “soroche“, ou mal de altitude.
Como evitar o "soroche"
O “soroche”, ou mal de altitude, é uma sensação de mal estar causada pela falta de oxigenação cerebral. Os sintomas comuns são enjôo, dor de cabeça e cansaço. Seus efeitos costumam ser sentidos a elevadas altitudes, onde o oxigênio é rarefeito.
Como Cusco está localizada a mais de três mil metros de altitude, os que visitam a Cidade precisam de um dia de aclimatação, ou seja, adaptação do organismo às novas condições atmosféricas. Nesse período, para evitar o soroche, os moradores locais recomendam mastigar a folha da coca ou tomar um chá concentrado dela. Ele é meio amargo, mas em pequenos armazéns vendem sachês de chá de coca com hortelã, que é bem mais saboroso.
Mas existem medicamentos próprios para combater o mal de altitude, que acredito serem até mais eficazes. O único problema é que possuem ácido acetilsalicílico na composição; Os alérgicos a essa substância, que é o meu caso, acabam ficando restritos ao chá da folha da coca.
Para os que não têm nenhuma contraindicação à medicação, o ideal é tomá-la antes de chegar a Cusco. Em Lima, as farmácias vendem os comprimidos com o nome de “pastillas contra el soroche“.
Eu tomei bastante chá da folha da coca no primeiro e segundo dia em Cusco, mas ainda assim não consegui evitar os sintomas do soroche.
O artesanato de Cusco é mais uma de suas riquezas. Nele, destacam-se as peças coloridas feitas com pelo de “alpaca“, animal da família da lhama, muito comum nos Andes.
A prata do Peru também é muito valorizada. Há várias joalherias espalhadas pelo centro antigo, onde são vendidas joias em prata com design muito original.
Muita atenção aos vendedores ambulantes que anunciam joias em prata, a um valor bem mais barato que nas joalherias, mas que na realidade estão vendendo bijuterias feitas com “alpaca”, uma espécie de metal semelhante ao latão.
Uma boa dica para identificar a diferença é observar se a peça tem um tom levemente amarelado. Nesse caso, trata-se de bijuteria e não de uma joia em prata peruana.
Os ingredientes básicos da culinária local são os grãos, em toda sua diversidade, a batata e a carne de alpaca.
Beber o chá da folha da coca é hábito local, e a bebida costuma ser servida como cortesia nos locais visitados pelos turistas. Além disso, várias lojinhas de souvenir vendem produtos comestíveis feitos com o mesmo insumo, desde caramelos a biscoitos.
Como ir a Cusco e como se deslocar
Para ir a Cusco em avião, saindo de um país estrangeiro, provavelmente deverá fazer conexão em Lima.
É importante não se esquecer de levar o Certificado Internacional de Vacinação contra a febre amarela fornecido pela Anvisa, pois ele é exigida no momento da imigração no aeroporto de Lima.
Vale aqui lembrar que os brasileiros não precisamos de passaporte para entrar no Peru. Basta a carteira de identidade (RG) com menos de 10 anos de emissão.
Ao desembarcar em Cusco, caso não tenha contratado um serviço de traslado até o local de hospedagem, existem vários táxis disponíveis na porta do aeroporto. Normalmente são carros pequenos sem taxímetro. De modo que é necessário negociar o valor da corrida antes de entrar no táxi.
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Quando ir, Quanto tempo ficar e Onde se hospedar
A melhor época para visitar Cusco é no período mais seco, que vai de abril a outubro, já que na época de chuva costuma haver perigosas enchentes.
Eu fui no mês de maio, quando o clima é seco e frio. Peguei uma temperatura média de 10 graus.
Fiquei em Cusco por três noites, de modo a ter dois dias livres para conhecer a Cidade e as atrações das redondezas. Dediquei o dia da chegada para o processo de aclimatação, evitando longas caminhadas.
Optei por me hospedar num hotel bem central, que me permitisse o deslocamento a pé pelo centro histórico. Fiquei no San Agustín El Dorado.
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O que fazer em Cusco
As principais atrações turísticas de Cusco são:
- Centro Histórico
- Templo do Sol
- Sacsayhuaman
- Vale Sagrado
- Pisac
- Ruinas de Ollantaytambo
- Vila de Chinchero
O Centro Histórico pode ser conhecido a pé, de forma independente. Mas para as outras atrações, sugiro contratar os serviços de alguma agência de passeios para facilitar o deslocamento e otimizar o tempo. Além disso, as informações turísticas dadas pelos guias agregam um grande valor ao tour.
Uma boa forma de encontrar diversos passeios oferecidos pelas agências locais é acessando os sites viator.com e getyourguide.com.br.
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Kelly Fabiani
Mulher, Mãe, Alagoana, Arquiteta e Controladora de Tráfego Aéreo. Viajar sempre fez parte da minha vida. Em 2012, aos 40 anos de idade, me tornei Viajante Solo e, desde então, venho colecionando experiências, histórias e dicas de viagem pelo Brasil e por outros países mundo afora. No “Pelo Mundo By Myself“, compartilho todas elas com o intuito de auxiliar outros viajantes independentes na preparação de seus roteiros e para encorajar outras mulheres a desbravarem o mundo sozinhas, sem medo de ser feliz.
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